Tycho Brahe – O meu nome é Tycho Brahe, e ia jurar que estava na ilha de Hven... Fiquei tão contente quando o rei Frederico me proporcionou um espaço, que se calhar com a alegria enganei-me no caminho... Ora, vim eu carregado com isto. Vosmeces não se importam que eu instale o meu instrumento aqui já? O céu aqui está tão estreladinho, vê-se tudo tão bem... Eu tenho é que o fixar bem às tábuas, se... me dessem um jeitinho... Sobre o Sistema Solar em Auto do Universo
Tycho Brahe nasceu em 14 de dezembro de 1546 na cidade de Skane, Dinamarca. Primogênito de uma família nobre, foi criado pelo tio, do qual também herdaria grande fortuna. Ainda muito jovem foi estudar Direito e Filosofia na Universidade de Copenhague. Foi quando presenciou um eclipse parcial do Sol e ficou impressionado com a precisão da previsão matemática do fenômeno. O facto de que o movimento dos astros poderia ser tão bem determinado, a ponto de sabermos as suas posições relativas num dado momento, entusiasmou Tycho. Com apenas 16 anos o seu tio o mandou para Leipzig, na Alemanha, para continuar os estudos de direito mas já era tarde… Tycho estava maravilhado pela Astronomia… Comprava livros, instrumentos e passava a noite a observar o céu. Supernova! Uma noite, mais precisamente dia 17 de agosto de 1563, descobriu que as efemérides da sua época estavam erradas em vários dias na previsão de uma aproximação aparente entre Júpiter e Saturno. Assim, decidiu ele mesmo compilar tabelas a partir de observações sistemáticas e mais precisas das posições dos planetas por um longo período de tempo. No dia 11 de novembro de 1572 Tyhco teria o privilégio de contemplar um evento celeste que o deixaria ainda mais maravilhado: a explosão de uma supernova, uma estrela de grande massa que ao morrer emite um pulso de luz de curta duração (em comparação com seu tempo de brilho), porém de grande intensidade. Maior que o brilho de todas as estrelas da galáxia juntas. A nova estrela que Tycho viu estava na constelação de Cassiopeia e era mais brilhante que o planeta Vênus. Na época desconhecia-se a natureza do fenômeno, e para Tycho a pergunta era se a nova estrela estava na alta atmosfera da Terra, mais perto que a Lua, ou se ainda mais longe. Tycho media o tempo utilizando diversos tipos de relógios, como clepsidras (baseadas no escorrimento da água), ampulhetas de areia, velas graduadas e semelhantes. Contando sempre com assistentes, conseguiu reduzir a imprecisão das medidas de 10 minutos de arco (desde o tempo de Ptolomeu) para apenas um minuto de arco. Para Tycho todos os planetas, menos a Terra, giravam em torno do Sol. Tycho foi o primeiro astrônomo a calibrar a precisão dos seus instrumentos periodicamente, corrigindo as observações por refração atmosférica. As suas observações eram diárias, e não apenas quando os astros estavam em configurações mais atraentes; por isso descobriu anomalias orbitais dos planetas até então desconhecidas. Observou minuciosamente a aparição de um cometa em 1577, e posteriormente demonstrou que o objeto se movia entre as “esferas dos planetas” e não dentro da atmosfera da Terra, como se pensava na época. Mais uma vez Tycho percebia que o céu não era imutável, como na conceção greco-cristã. Graças a ele os cometas passaram à categoria de objetos celestes.
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