Ptolomeu – Bem, eu PTOLOMEU, pensei num modelo em que a Terra, o planeta ao qual fazemos peso todos os dias, está no centro do universo, e tudo isto, estas estrelinhas espilhentes, estes planetas redondinhos, gira tudo aos circulozinhos airosos à nossa volta!
Mestre Salas – Eh Mestre Claúdio, qu’ isso dava cá um bálho que era uma obra asseada, parece que estou a ver as estrelinhas todas, às voltinhas e voltarelas, cantando e bailando. Sobre o Sistema Solar em Auto do Universo
Cláudio Ptolemeu ou apenas Ptolemeu ou Ptolomeu, foi um cientista grego que viveu em Alexandria, uma cidade do Egito.
É conhecido pelos seus trabalhos em Matemática, Astrologia, Astronomia, Geografia e Cartografia. Realizou também trabalhos importantes em ótica e teoria musical.
Na época de Ptolomeu os estudos estavam entre a ciência e o misticismo.
A Astrologia ocupava-se dos estudos da localização e movimento dos corpos celestes, mas também da associação da localização dos mesmos com a adivinhação.
Por essa razão, séculos mais tarde, houve a necessidade de separar a componente científica da mística e criou-se o termo "Astronomia" para referir o estudo apenas a componente científica.
A título de curiosidade, foi exatamente o mesmo que aconteceu com a Química que se separou da Alquimia pelas mesmas razões.
O grande mérito de Ptolomeu foi, com base no sistema de mundo de Aristóteles, fazer um sistema geométrico-numérico, de acordo com as tabelas de observações para descrever os movimentos do céu. A sua obra mais conhecida é o Almagesto (que significa "O grande tratado"), um tratado de astronomia.
Nesta obra, encontra-se a síntese dos trabalhos e observações de Aristóteles, entre outros cientistas, considerando-se uma das mais importantes e influentes Obras da Antiguidade Clássica.
São treze volumes com tabelas de observações de estrelas e planetas e com um grande modelo geométrico do sistema solar, baseado na cosmologia aristotélica.
É no trabalho de Ptolomeu, citando o trabalho de Hiparco, que aparecem as 48 constelações que ficaram conhecidas como as Constelações Clássicas.
Todas elas, menos uma, ainda são parte da lista atual de constelações oficiais da União Astronômica Internacional. A representação geométrica do sistema solar de Ptolomeu, com círculos, epiciclos e equantes permitia predizer o movimento dos planetas com considerável precisão e foi utilizada até ao Renascimento no século XVI. Apesar disso, o geocentrismo foi uma ideia dominante na astronomia durante toda a Antiguidade e Idade Média. Ptolomeu explicou o movimento dos planetas através de uma combinação de círculos: o planeta move-se ao longo de um pequeno círculo chamado epiciclo, cujo centro se move num círculo maior chamado deferente.
A Terra ficaria numa posição um pouco afastada do centro do deferente (portanto, o deferente é um círculo excêntrico em relação à Terra). Até aqui, o modelo de Ptolomeu não era diferente do modelo usado por Hiparco aproximadamente 250 anos antes. A novidade introduzida por Ptolomeu foi o equante, que é um ponto ao lado do centro do deferente oposto em relação à Terra, em relação ao qual o centro do epiciclo se move a uma taxa uniforme e que tinha o objetivo de dar conta do movimento não uniforme dos planetas. O objetivo de Ptolomeu era o de produzir um modelo que permitisse prever a posição dos planetas de forma correta e, nesse ponto, foi bem-sucedido. Por essa razão, esse modelo continuou a ser usado sem mudança substancial durante cerca de 1300 anos.
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